Menopausa

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Menopausa e a minha jornada

Quando a menopausa chegou na minha vida, ela não pediu licença. Bagunçou tudo — meu corpo, minha cabeça, meu sono, minha libido, minhas emoções… E, no meio desse turbilhão, percebi o quanto nós, mulheres, somos pouco preparadas para esse momento que é absolutamente natural, mas cercado de tabus, silêncios e desinformação.

No começo, foi muito difícil.

Eu não entendia direito o que estava acontecendo comigo. Fui atrás de respostas, e essas respostas não vinham facilmente. Foi aí que eu entendi que viver a menopausa não era só atravessar uma fase hormonal, era atravessar uma transformação completa. Uma virada de chave na vida, no corpo, nas relações, na autoestima, no trabalho e no modo de se olhar no mundo.

E como a inquietação faz parte de quem sou, nasceu também o documentário e série documental “Menopausa Sem Fronteiras”: conversar com mulheres de todos os continentes e ver como cada uma vive essa fase da vida, como lidam com os sintomas, quais são os tabus e o que falam as médicas desses países.

E essa jornada, que começou lá atrás, me levou a escrever meu terceiro livro: “Menopausa como Jornada”, um guia completo, construído com a ajuda de médicas, especialistas e também a partir da minha própria vivência. É um livro que entrega informação, acolhimento e caminhos. Porque acredito, do fundo do coração, que informação liberta, empodera e transforma.

Hoje, eu entendo que a menopausa não é o fim de nada. É o começo de uma mulher que se escolhe. Que se entende. Que se cuida. Que se ama. Que se coloca no centro da própria vida. E se eu puder te deixar uma mensagem, é essa: não tenha medo.

Hoje, eu entendo que a menopausa não é o fim de nada.

É o começo de uma mulher que se escolhe. Que se entende. Que se cuida. Que se ama. Que se coloca no centro da própria vida. E se eu puder te deixar uma mensagem, é essa: não tenha medo.

Cada sintoma, cada mudança hormonal, fisica e emocional tem um propósito e, quando compreendido, pode ser acolhido de maneira poderosa.

Maria Candida

Menopausa Sem Fronteiras

A menopausa não é o fim. É o início de uma travessia. Um ponto de virada. É quando o corpo que já gestou, correu, lutou, cuidou, amou decide mudar de ritmo, pedir mais escuta, exigir mais presença. Ela chega como um sussurro que vira vendaval: uma dança de hormônios, calores, insônias, esquecimentos... Mas também de despertares. Um convite da vida para que a mulher pare, olhe para si e se pergunte: Quem eu sou agora? O que eu desejo ser daqui pra frente?

Foi com esse espírito que nasceu o projeto Menopausa Sem Fronteiras, idealizado pela jornalista Maria Cândida. Uma jornada documental e humana que atravessa a América Latina e o mundo para ouvir mulheres em suas vivências diversas, reais, emocionantes. Maria Cândida não vem apenas falar da menopausa. Ela vem mostrar. Mostrar que essa fase da vida é, na verdade, uma chance preciosa de reinvenção. De começar um novo ciclo — não mais centrado no outro, mas em nós mesmas. É tempo de fazer as pazes com o espelho, com o corpo que muda, com os desejos que renascem. É tempo de se escutar com carinho, de dizer não sem culpa, de se permitir novos amores, novas versões.

A menopausa nos chama para dentro. E é nesse mergulho que a mulher se reconstrói com mais potência, mais liberdade, mais verdade. Chega de silenciar essa fase. Chega de tratar com vergonha o que é natural. A menopausa pede luz, conversa, informação. Porque envelhecer é um privilégio. E a menopausa? É o início de uma nova jornada em que a mulher se escolhe primeiro.

Mas afinal, o que é a menopausa?

A menopausa não acontece de uma hora pra outra.

Ela vai chegando aos poucos, como uma visitante que muda o ambiente, reorganiza a casa e nos convida a nos adaptarmos a uma nova fase da vida. Para algumas mulheres, ela vem de forma mais leve, quase silenciosa. Para outras, chega trazendo desafios físicos, emocionais e muitas transformações.

Ela marca o fim da menstruação e do período fértil, geralmente entre os 45 e 55 anos, sendo oficialmente confirmada após 12 meses seguidos sem menstruar. Isso acontece por conta da queda dos hormônios estrogênio e progesterona, que impactam vários aspectos da saúde da mulher. E, apesar de ser muito cercada de tabus, ela não representa um fim — muito pelo contrário! É o começo de uma fase que pode ser de muito autoconhecimento, fortalecimento, reconexão e liberdade.

As fases reprodutivas da mulher

O corpo da mulher passa por várias transformações hormonais ao longo da vida. Cada fase tem características, funções e desafios diferentes, que fazem parte de um ciclo natural e biológico.

Menarca
O Início da Fase Fértil

📍 O que é:
Primeira menstruação.

🎯 O que marca:
Início da vida fértil, quando os ovários passam a liberar óvulos mensalmente.

🕒 Idade média:
Entre 9 e 15 anos.

✔️ Nesta fase, o corpo começa a produzir os hormônios sexuais femininos: estrogênio e progesterona, responsáveis pela ovulação, desenvolvimento dos seios e maturação do sistema reprodutivo.

Período Fértil
Fase Reprodutiva

📍 O que é:
É a fase onde a mulher tem ciclos menstruais regulares, ovula e pode engravidar.

🕒 Idade média:
Dos 15 aos 40/45 anos
aproximadamente.

✔️ Os hormônios estão em equilíbrio, regulando o ciclo menstrual, a ovulação, a saúde óssea, cardiovascular e emocional.

Climatério
A Transição Hormonal

📍 O que é:
Fase de transição do período fértil para o não fértil.

🕒 Idade média:
Dos 40 aos 65 anos.

✔️ Nesta fase, o corpo começa a produzir os hormônios sexuais femininos: estrogênio e progesterona, responsáveis pela ovulação, desenvolvimento dos seios e maturação do sistema reprodutivo.

Perimenopausa
Dentro do Climatério

📍 O que é:
A fase que antecede a menopausa, com ciclos menstruais irregulares e sintomas intensificados.

🕒 Idade média:
Geralmente inicia entre os 40 e 50 anos e pode durar de 4 a 10 anos.

As fases da Menopausa

Perimenopausa

Fase que faz parte do climatério e antecede diretamente a menopausa.

Pode começar de 4 a 10 anos antes da última menstruação.

Nessa fase, os ciclos menstruais ficam mais irregulares, e os sintomas como calorão, irritabilidade, alterações de humor, cansaço e insônia costumam se intensificar devido às grandes flutuações hormonais.

Menopausa

É o marco oficial: ocorre quando a mulher completa 12 meses consecutivos sem menstruar, sem nenhuma outra causa além da falência natural dos ovários. É a confirmação de que o ciclo reprodutivo se encerrou. Ela não é um evento isolado, mas um ponto dentro de todo o processo do climatério.

A menopausa precoce e a menopausa tardia são variações da menopausa que podem ocorrer fora do intervalo de idade normal. Embora a menopausa tardia seja mais rara, ambas são importantes para serem reconhecidas e acompanhadas.

Pós-menopausa

É a fase que vem depois da menopausa, ou seja, após os 12 meses sem menstruação.

Os sintomas podem se manter, melhorar ou até surgir outros, como alterações na saúde óssea, cardiovascular e urogenital, já que a queda hormonal continua impactando o organismo.

É um período que exige atenção com a saúde e os cuidados preventivos.

Os sintomas da Menopausa

Nem toda mulher apresenta todos os sintomas, e eles podem variar em intensidade. Algumas mulheres sentem poucos desconfortos, enquanto outras vivenciam sintomas mais intensos e duradouros. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental, além de práticas de autocuidado físico, mental e emocional.

Sintomas Físicos da Menopausa

Ondas de calor (fogachos)
Suor noturno
Palpitações (batimentos cardíacos acelerados)
Ressecamento vaginal e desconforto na relação sexual
Diminuição da libido
Ganho de peso, principalmente na região abdominal
Inchaço
Dores musculares e articulares
Queda de cabelo e unhas fracas
Pele mais seca e menos firme
Alterações no sono (insônia ou sono de má qualidade)
Cansaço e fadiga excessiva
Dores de cabeça
Tonturas
Enxaquecas (em algumas mulheres)
Aumento do risco de osteoporose (perda de massa óssea)
Maior risco de problemas cardiovasculares

Sintomas Emocionais e Psicológicos

Alterações de humor
Irritabilidade
Ansiedade
Crises de choro
Sensação de tristeza ou melancolia
Depressão
Baixa autoestima
Sensação de falta de controle ou desmotivação
Dificuldade de concentração
Perda de memória recente ou "brancos"

Sintomas Cognitivos

Névoa mental (sensação de mente confusa)
Esquecimentos
Dificuldade para focar e realizar tarefas

Como Aliviar os Sintomas da Menopausa?

Os sintomas podem ser bem desafiadores. A boa notícia é que existem vários caminhos para aliviar os desconfortos, desde mudanças no estilo de vida até tratamentos específicos.

Soluções Naturais e Mudanças no Estilo de Vida:

🥗 Alimentação equilibrada: rica em cálcio, magnésio, vitaminas D e K, além de fitoestrógenos (presentes na soja, linhaça, grão-de-bico).
🏋️‍♀️ Atividade física regular: ajuda na regulação hormonal, no controle de peso, na saúde óssea e no humor.
🧘‍♀️ Práticas de relaxamento: meditação, ioga, respiração consciente, caminhadas na natureza.
😴 Sono de qualidade: criar uma rotina de sono ajuda a reduzir irritabilidade, cansaço e ansiedade.
💧 Hidratação: beber bastante água auxilia na saúde da pele, na lubrificação vaginal e no equilíbrio do corpo.
🚫 Evitar álcool, cigarro e excesso de cafeína: eles podem agravar os sintomas, como ondas de calor e ansiedade.
❤️‍🩹 Terapia e acompanhamento psicológico: ajudam muito no enfrentamento das questões emocionais, como ansiedade, tristeza e mudanças de humor.

Reposição Hormonal (TRH)

O que é?

A Terapia de Reposição Hormonal (TRH) consiste na reposição dos hormônios que caem durante o climatério e a menopausa — principalmente estrogênio e progesterona. Ela tem como objetivo aliviar sintomas como fogachos, suores noturnos, ressecamento vaginal, alterações de humor e prevenir perda óssea.

Quem pode fazer?

Mulheres com sintomas moderados a intensos que impactam na qualidade de vida.
Geralmente indicada para mulheres até 10 anos após a menopausa ou que entraram na menopausa antes dos 45 anos (menopausa precoce).
Sem contraindicações importantes (avaliadas por médico ginecologista ou endocrinologista especializado em saúde da mulher).

Quem NÃO pode fazer:

Mulheres com histórico de câncer de mama, câncer de endométrio, trombose, AVC, doenças hepáticas graves ou doenças cardiovasculares não controladas. Por isso, é essencial uma avaliação médica completa, incluindo exames de sangue, mamografia, ultrassom transvaginal, avaliação cardiovascular e hepática.

Tipos de reposição

A reposição hormonal não é obrigatória nem indicada para todas. Existem também os tratamentos não hormonais, como antidepressivos de baixa dose para fogachos, fitoterápicos, moduladores seletivos dos receptores de estrogênio e outros medicamentos que podem ser indicados de forma personalizada.

Via oral: comprimidos.
Transdérmica: adesivos ou gel (ótima opção para quem tem risco cardiovascular moderado).
Implantes hormonais: cápsulas inseridas sob a pele, com liberação gradual.
Óvulos ou cremes vaginais: para casos de ressecamento vaginal e atrofia genital, quando o desconforto é local e não há necessidade de reposição sistêmica..